DESIGNERS APRESENTAM BONS NEGÓCIOS NO MERCADO AMERICANO
O Projeto Raiz, de incentivo à internacionalização de designers nacionais, promovido pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), apresentou o trabalho de 13 estúdios de design brasileiros na International Contemporary Furniture Fair (ICFF), principal vitrine do setor na América do Norte, com o objetivo de ampliar a participação no mercado americano e fortalecer o posicionamento dos profissionais, destacando criatividade e inovação. Dentre as lições aprendidas, nesta que foi a segunda participação do Projeto no evento, estão a necessidade de consistência, a descoberta da melhor estratégia de negócio adaptada ao mix de produto e a importância do trabalho pós-feira.
A iniciativa visa a estimular a participação e o fortalecimento dos designers do país no exterior através de ações estratégicas personalizadas. Participaram da feira: Marta Manente, Guilherme Wentz, Jader Almeida, NDT Brazil, Guto Índio da Costa, estudiobola, Paulo Alves, Lattoog, Noemi Saga, Studio Poli, Sergio Matos, Fahrer Design e Tora Brasil. “Os designers que apoiamos através do Projeto Raiz têm muito potencial de crescimento e a participação em eventos como o ICFF é um passo importante para trazer seus projetos de móveis para o mercado norte-americano”, analisa Christiano Braga, Gerente de Exportação da Apex-Brasil.
Em sua segunda participação na ICFF pelo Projeto Raiz, a designer Marta Manente mudou a estratégia de negócio em relação a 2016 e se diz satisfeita com os resultados deste ano. Para tal, lançou a linha Brooklyn em parceria com a BRV e a Accentuation, distribuidora americana de produtos online. “Foi preciso desenvolver uma base para atuar com e-commerce local e criar uma linha específica para este público. Acreditamos que desta forma estamos alcançando maior consistência em nosso trabalho internacional”, declara a profissional.
Também em sua segunda participação pelo Projeto na feira americana, Maurício Lamosa, do estudiobola enxerga uma demanda pelo produto autoral brasileiro e acredita ter acertado no mix de produtos. “Notei que temos uma boa aceitação das nossas peças de madeira e couro, pois trabalhamos com o material de uma forma diferenciada do mercado local, e o público reconhece esta autenticidade com um custo competitivo em relação ao mercado norte-americano de produtos de valor agregado.”
A diversidade e a forte identidade do design brasileiro surpreenderam os visitantes da ICFF, segundo Lucas Rosin, sócio do designer Paulo Alves. “Além de aproximar dos formadores de opinião tão essenciais neste mercado, a exemplo de arquitetos e designers de interiores, a feira ainda nos permite entender as necessidades locais e as adaptações necessárias nas peças para garantir uma atuação de sucesso neste mercado.”
Estreante na ICFF, Cristiano Ribeiro do Valle, da Tora Brasil, teve a chance de apresentar seu trabalho com as copas e os troncos das árvores da Amazônia que criam impacto e mostram a possibilidade de sofisticação, design e acabamento primoroso em peças que podem parecer brutas a um primeiro olhar. Para ele, o objetivo da percepção deste trabalho foi alcançado com o público americano. “Principalmente aqui, onde tudo é tão tecnológico e industrial, a natureza presente em nossos produtos acaba levando uma mensagem diferenciada para este público ”.
“O apoio do Projeto Raiz é fundamental, pois percebemos a preocupação com todas as vertentes que envolvem a ação e nos sentimos acolhidos e tranquilos para realizar nosso trabalho”, declara o designer André Poli, do studio poli, que já teve a experiência em uma outra feira americana anteriormente ao ingresso no Projeto. “Porém, temos consciência que este é apenas o começo de tudo. O trabalho após a feira é o que define o sucesso da ação”, pondera o designer que tem showroom em Miami, na Florida. “Encontramos aqui alguns players que nos viram em outra feira em Miami e outros que havíamos convidado para visitarem nosso showroom. O fato deles nos verem aqui mostra consistência e garante maior segurança para o possível comprador”, resume.
Segundo a maioria dos profissionais, o trabalho posterior à feira é fundamental para o desenvolvimento e crescimento dos negócios em solo estrangeiro. Tal estrutura está sendo desenvolvida com apoio da Apex-Brasil e Sindmóveis, em mais uma iniciativa do Projeto Raiz, com a criação de um showroom em Orlando que, incialmente, apresentará os serviços e criações dos designers estudiobola, Fahrer Design, NDT Studio e Paulo Alves. "A gerência do projeto avalia as competências de cada estúdio para atender às demandas dos consumidores locais, também fornecendo ações e serviços personalizados 8 que desejam aumentar a rede na região", explica Ana Cristina Schneider, consultora do Projeto Raiz.
Jack Fahrer, sócio da Fahrer Design ao lado do seu irmão Sérgio, acredita que a feira traz novas possibilidades para a expansão internacional da sua marca. “Entendemos que é necessário um conjunto de ações pós-evento para entendermos ainda mais e mapearmos o mercado, porém, essa edição permitiu vislumbrarmos novos e possíveis caminhos, como a fabricação de nossos produtos aqui, por exemplo, já que fomos procurados por diversos fornecedores que se identificaram com nosso material.” Para o designer o trabalho começa agora, quando inicia os preparativos para o novo showroom com os designers do Projeto, em Orlando. “O Brasil precisa ter uma assinatura comercial, nossa voz precisa ser ouvida em todo o mundo, a começar pelos Estados Unidos. Quanto mais designers estiverem com a mesma vontade que nós, mais o design brasileiro se beneficia como um todo. Juntos, conquistamos este espaço mais facilmente”, aposta Fahrer.
Da mesma opinião compartilha Sany Marques, Diretor de Marketing da Schuster, indústria brasileira já com operação nos Estados Unidos, que apresentou uma linha da Lattoog. “Precisamos cada vez mais fortalecer o programa para gerar retorno para o design brasileiro. Na ICFF focamos no especificador, representante e lojista e entendemos que a consistência é muito importante, assim como a compatibilidade do produto final com a nossa proposta de trabalho”.
O designer Guto Índio da Costa lançou o ventilador IC Air-2 através de um projeto de patente que começou a ser costurado há dois anos com a The Modern Fan Company, e aprendeu com este processo as particularidades técnicas, materiais e adaptações necessárias para a atuação nos Estados Unidos. Para ele, a parceria é um respaldo para sua marca ampliar a atuação em outros mercados estrangeiros, além de ser uma experiência com baixo investimento e grande potencial de resultado. “Muitas vezes o processo de venda demanda um grande investimento em todos os aspectos. Essa foi a lição que aprendi atuando no segmento de negócios de design e, por isso, estou extremamente satisfeito com esse modelo proposto por uma empresa que tem amplo conhecimento e forte atuação no mercado norte-americano. ”
Lição semelhante tem Ricardo Rodrigues, do NDT Brazil, recordista em participação em feiras nos Estados Unidos entre os membros do Projeto Raiz, sendo esta a quinta edição em um trade show. Pela primeira vez o designer, com operação própria em Boca Raton, na Flórida, realizou uma venda entre as três edições da ICFF em que esteve presente, sendo duas delas pelo programa. “Acredito que o processo de aprendizado culminou nesse resultado tão positivo. Sem dúvida, esta foi a melhor feira que participei em termos de resultados e a com menor nível de investimento. Porém, precisei de cinco edições para entender a melhor forma de expor meus produtos, além de diversas questões que envolvem uma ação como esta. ”, diz o profissional, comemorando a venda da linha inteira para a Menagerie Gift Decor, em Minnesota. Para o designer, o fato de estar baseado nos Estados Unidos facilita as ações pós-evento.
O objetivo inicial do estande Design na Pele, dedicado à promoção da exportação de couro nacional e coordenado pelo Centro de Curtume Brasileiro (CICB) em parceria com a Apex-Brasil, foi mostrar produtos brasileiros que mesclam o couro em seu processo de criação. Porém, Rafael de Andrade, curador do programa Design na Pele, mostrou-se surpreso com o potencial dos produtos brasileiros no mercado estrangeiro. “Tivemos uma imensa procura de especificadores e compradores dos Estados Unidos e Canadá, mostrando a aderência que os produtos feitos com o couro brasileiro têm no mercado internacional”, define o especialista, que acredita que o investimento em materiais de divulgação e no layout do estande são fundamentais para despertar tais interesses.
Sobre o Projeto Raiz
O Projeto Raiz é uma iniciativa do Sindmóveis e da Apex-Brasil, instituições que visam estimular a participação e o fortalecimento dos designers de mobiliário do país no exterior através de ações estratégicas personalizadas. Para a ICFF 2017, a ação contou com o apoio do Consulado Geral do Brasil em Nova Iorque.
A partir de ações voltadas para a conquista do mercado internacional o Projeto Raiz (Raiz Project) intensifica estratégias de posicionamento do setor no mercado externo, potencializa a utilização de contatos e relatórios de inteligência comercial para os designers, promove maior compartilhamento de informações e experiências entre as empresas, orienta o avanço da promoção e a entrada dos designers de móveis nos mercados prioritários com todo suporte necessário e a partir da segmentação do grupo conforme seu nível de internacionalização. O investimento total para o período é de U$ 500.000,00.
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